O IBGE destacou o recuo de preços como os do tomate (-13,39%), arroz (-2,61%) e café moído (-2,17%).
Para o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, o recuo de produtos como manga e mamão pode já estar refletindo efeito do aumento das tarifas cobradas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros para 50%, além de colheitas fortes.
"O que se vê é um aumento de oferta de produtos afetados pelo tarifaço, e essa oferta maior pode ter também a ver com o tarifaço", afirmou a jornalistas. "Pode ser uma combinação de tarifaço e da oferta que já vinha maior".
O IBGE também destacou o recuo dos preços no grupo transportes, de 0,27%, refletindo a queda dos combustíveis (-0,89%) e das passagens aéreas (-2,44%). Em julho, os combustíveis tinham caído 0,64%.
Ainda assim, a inflação segue acima da meta do BC de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, e economistas destacaram o comportamento ainda preocupante dos preços dos serviços.
“No geral, (o IPCA) foi mais do mesmo, mas serviços ainda são o desafio”, comentou o economista-chefe do Bmg, Flavio Serrano. O banco calcula que os serviços intensivos em mão de obra subiram 0,64% em agosto, acima do 0,56% projetado pela instituição. Já os serviços subjacentes subiram 0,34%, menos que o 0,40% projetado.
Rafael Perez, economista da Suno Research, afirmou que, em 12 meses, a alta dos serviços acelerou para 6,16%, de 6% em julho, enquanto a média dos núcleos da inflação, que excluem preços mais voláteis, também avançou, para 5,16%.
"Esses indicadores reforçam a leitura de que, embora a inflação venha cedendo com a valorização do câmbio, queda nos preços de commodities e de insumos, o qualitativo da inflação -- ligado a serviços e à demanda doméstica -- permanece resistente."
Em sua última reunião de política monetária, no fim de julho, o BC interrompeu o ciclo de alta da Selic, anunciando a intenção de manter a taxa em 15% por tempo "bastante prolongado".
Na ocasião, o BC citou as expectativas de inflação desancoradas, resiliência da atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, além dos anúncios de tarifas comerciais mais elevadas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros, o que segundo a autoridade monetária, reforçaria a postura de cautela em meio às incertezas.
As tarifas, de 50% sobre parcela dos produtos exportados pelo Brasil para os EUA, entraram em vigor no início de agosto.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo registrou em agosto a primeira queda em um ano, refletindo o impacto de uma redução pontual nos custos da energia elétrica e da aceleração do recuo dos preços de alimentos e dos combustíveis, mostraram números do IBGE nesta quarta-feira, com a deflação ficando abaixo da esperada por economistas.
No caso dos alimentos, o IBGE disse já ver um possível efeito benigno do tarifaço dos Estados Unidos sobre alguns preços, com o aumento da oferta no mercado interno de produtos como manga, mamão e café.
O IPCA, usado como parâmetro para o sistema de metas de inflação do Banco Central, teve queda de 0,11% em agosto, após alta de 0,26% em julho. Em 12 meses, a inflação recuou a 5,13% em agosto, de 5,23% em julho.
Economistas consultados em pesquisa da Reuters previam deflação de 0,15% em agosto, com o IPCA acumulando alta de 5,09% em 12 meses.
O novo dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística chega a uma semana da próxima reunião de política monetária do BC, em meio a expectativa quase consensual no mercado de que a autarquia manterá a Selic em 15% pela segunda reunião consecutiva.
A última vez que o IPCA havia registrado um resultado negativo foi em agosto de 2024 (-0,02%). A deflação do mês passado foi a mais intensa desde setembro de 2022 (-0,29%).
O recuo do índice era esperado em parte em função da incorporação em agosto do chamado Bônus de Itaipu, valor creditado na conta dos consumidores uma vez por ano a depender da apuração do saldo registrado na comercialização da energia da usina hidrelétrica no ano anterior.
Por conta do bônus, os preços da energia elétrica residencial recuaram 4,21% em agosto, exercendo o maior impacto individual sobre o índice. No mês, o bônus compensou o efeito da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que traz custos adicionais às contas de luz. Passado esse efeito do bônus, a tendência é de um repique na inflação de energia.
ALIMENTOS
Os preços de alimentos também seguiram com comportamento benigno no mês, com o grupo alimentação e bebidas, que tem o maior peso no IPCA, caindo 0,46% em agosto. Foi o terceiro mês seguido de recuo, após quedas de 0,27% em julho e 0,18% em junho.
O IBGE destacou o recuo de preços como os do tomate (-13,39%), arroz (-2,61%) e café moído (-2,17%).
Para o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, o recuo de produtos como manga e mamão pode já estar refletindo efeito do aumento das tarifas cobradas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros para 50%, além de colheitas fortes.
"O que se vê é um aumento de oferta de produtos afetados pelo tarifaço, e essa oferta maior pode ter também a ver com o tarifaço", afirmou a jornalistas. "Pode ser uma combinação de tarifaço e da oferta que já vinha maior".
O IBGE também destacou o recuo dos preços no grupo transportes, de 0,27%, refletindo a queda dos combustíveis (-0,89%) e das passagens aéreas (-2,44%). Em julho, os combustíveis tinham caído 0,64%.
Ainda assim, a inflação segue acima da meta do BC de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, e economistas destacaram o comportamento ainda preocupante dos preços dos serviços.
“No geral, (o IPCA) foi mais do mesmo, mas serviços ainda são o desafio”, comentou o economista-chefe do Bmg, Flavio Serrano. O banco calcula que os serviços intensivos em mão de obra subiram 0,64% em agosto, acima do 0,56% projetado pela instituição. Já os serviços subjacentes subiram 0,34%, menos que o 0,40% projetado.
Rafael Perez, economista da Suno Research, afirmou que, em 12 meses, a alta dos serviços acelerou para 6,16%, de 6% em julho, enquanto a média dos núcleos da inflação, que excluem preços mais voláteis, também avançou, para 5,16%.
"Esses indicadores reforçam a leitura de que, embora a inflação venha cedendo com a valorização do câmbio, queda nos preços de commodities e de insumos, o qualitativo da inflação -- ligado a serviços e à demanda doméstica -- permanece resistente."
Em sua última reunião de política monetária, no fim de julho, o BC interrompeu o ciclo de alta da Selic, anunciando a intenção de manter a taxa em 15% por tempo "bastante prolongado".
Na ocasião, o BC citou as expectativas de inflação desancoradas, resiliência da atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, além dos anúncios de tarifas comerciais mais elevadas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros, o que segundo a autoridade monetária, reforçaria a postura de cautela em meio às incertezas.
As tarifas, de 50% sobre parcela dos produtos exportados pelo Brasil para os EUA, entraram em vigor no início de agosto.
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